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O presente livro tem o objetivo de analisar como a Amazônia é trabalhada na dinâmica curricular do bacharelado de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima (UFRR), de modo que esse intento se desdobra nos seguintes objetivos específicos: 1). Averiguar os pressupostos da teoria histórico-crítica no ensino superior e no currículo; 2). Conhecer as concepções de ensino superior no mundo e no Brasil, bem como a inserção do curso de Relações Internacionais na Amazônia; e 3). Elucidar a dinâmica curricular do curso de Relações Internacionais da UFRR, por meio dos temas amazônicos presentes no ensino, na pesquisa e na extensão.O aporte teórico-metodológico da pesquisa ancorou-se na teoria histórico-crítica e de sua consequente teoria curricular, além dos estudos da formação em Relações Internacionais, bem como autores que debatem a Amazônia brasileira. Em termos metodológicos recorremos a fontes documentais e primárias, dentre os documentos analisados encontram-se as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) do Bacharelado de Relações Internacionais, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UFRR e o Projeto Pedagógico do Curso (PPC), além da extração de informações do site do curso a respeito dos trabalhos monográficos e dos projetos de extensão vigentes; para a coleta dos dados primários foram realizadas três entrevistas, sendo uma com o coordenador do curso e duas com docentes que já haviam ministrado disciplinas obrigatórias diretamente relacionadas à Amazônia. Também foi realizado um Grupo de Discussão com os discentes concluintes no ano de 2019.Dentre os resultados destacamos que o curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima (UFRR), no âmbito do ensino, realiza uma interlocução direta sobre Amazônia expressa em três disciplinas que abordam a interação entre Amazônia e Relações Internacionais, bem como indiretamente esse conteúdo também é trabalhado em outras disciplinas no decorrer do curso. A partir dos trabalhos monográficos defendidos, na esfera da pesquisa, sobressaem os temas de migração, refúgio e deslocamento. Por sua vez, a maioria dos projetos de extensão relaciona-se à crise humanitária decorrente da migração venezuelana.Conclui-se por meio da análise da dinâmica curricular que apesar dos esforços individuais dos docentes do curso no ensino, na pesquisa e na extensão, não existe um trabalho organizado coletivamente e subsidiado em um diagnóstico prévio das necessidades locais a fim de priorizar os conteúdos e as respostas à sociedade roraimense e amazônica. No entanto, gostaríamos de ressaltar que tais dificuldades não dependem apenas da vontade política dos docentes e discentes em tornar o curso um polo de referência no saber sobre a Amazônia brasileira no âmbito da área de relações internacionais, pois existem dificuldades estruturais que a universidade pública atravessa, seja pelas estratégias de deslegitimação social ou pela redução constante do financiamento perpetrada pelo novo regime